Resenha da Tripel Karmeliet [Bolonha Birita 4]

A cerveja Tripel Karmeliet é uma tripel (como você poderia imaginar) belga produzida pela cervejaria Brouwerij Bosteels, formulada com 3 grãos – cevada, trigo e aveia – e lúpulo Styrian (da Estíria). Contém 8,4% de graduação alcoólica.

Esta excelente e interessantíssima cerveja foi o assunto do nosso Bolonha Birita 4, que não ficou com a melhor das imagens (foi gravado aos trancos e barrancos), mas ficou até bem informativo:

A Karmeliet foi feita pela primeira vez em 1996. Entretanto, a premiada cerveja usa uma receita autêntica de 1679, obtida de um antigo convento Carmelita em Dendermonde, um município belga. Isso explica o interessante rótulo medieval que a garrafa apresenta.

O nome Tripel Karmeliet, então, se refere tanto a origem quanto à sua fermentação na garrafa. Depois de muitas tentativas para fermentar uma cerveja com vários grãos diferentes, nos anos 90, a Brouwerij Bosteels percebeu que a histórica combinação dos três tipos, a cevada, o trigo e a aveia, continua a mais adequada.

Curiosidade

Segundo consta, a Beata Ana de São Bartolomeu, enfermeira e secretária de Santa Teresa de Ávila, fundou o Carmelo na Bélgica no ano de 1612. Santa Tereza de Ávila é, por sua vez, Doutora da Igreja e co-fundadora da Ordem dos Carmelitas Descalços (juntamente com São João da Cruz).

Visto que, segundo o site oficial da cervejaria, a receita é de 1679, seriam as freirinhas do rótulo da Tripel Karmeliet carmelitas descalças de algum convento fundado por alguém que não apenas conviveu com uma importante santa da Igreja Católica mas pode vir a tornar uma?

Não encontramos mais nenhuma informação sobre qual convento a receita desta cerveja teria se originado. Se encontrarmos algo, atualizaremos aqui.

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Beata Ana de São Bartolomeu. Será que um dos maravilhosos frutos do seu apostolado na Bélgica, no séc XVII, foi a receita desta deliciosa cerveja?

A Tripel Karmeliet se apresenta com as seguintes características:

  1. Cor: Coloração meio dourada ou meio meio bronze, com colarinho cremoso. Isso é devido parcialmente por causa dos cereais mas também pelo uso limitado do lúpulo Styrian, de abundância em ervas e da cevada usada.
  2. Cheiro: Aroma frutado e cítrico que lembra casca de laranja ou tangerina e bastante gengibre. Lembra um pouco bala de caramelo também.
  3. Sabor: Um forte sabor adocicado do malte do trigo, lembrando pão doce. É também condimentado e frutado, lembrando algo como limão, banana, laranja e manga. O trigo garante que a cerveja seja leve e refrescante, mas a aveia promove cremosidade.
  4. Medianamente encorpada, ou de média densidade, com uma boa carbonação e um pouco do calor do álcool. É suavemente cremosa também.
  5. Conclusão: É uma cerveja bem forte com um sabor único. Apesar do preço exorbitante dela aqui no Brasil, devido ao câmbio mas principalmente por causa do roubo estatal, é uma birita que vale a pena experimentar nem que seja uma vez na vida..

Prêmios

Até o momento, a Tripel Karmeliet recebeu os seguintes prêmios:

  • World Beer Awards 2008 – “World Best Ale”, “World Best Pale Ale”, “World Best Abbey Ale (Pale)”
  • World Beer Cup 2002 – Prata na categoria melhor Tripel Belga
  • World Beer Cup 1998 – Ouro na categoria melhor Tripel Belga

Atenção: Esta resenha está sujeita a ficar desatualizada com o tempo, pois nada impede que a qualidade do estabelecimento, produto ou serviço se altere eventualmente. Fique atento à data da publicação e sinta-se livre para complementar ou corrigir o texto nos comentários. O Bolonha agradece desde já!