Review da cerveja 1795

Fizemos o review da 1795, uma lager que é produzida na cidade de Budweis, uma região da República Tcheca que é referência mundial e origem deste tipo de cerveja há mais de 700 anos. A 1795 é fabricada pela První Budějovický Pivovar Samson (algo como Budweiser Citizens Brewery), a mais antiga cervejaria da região, que produz e prepara seu próprio malte e utiliza o famoso lúpulo de Saaz e água de fonte própria retirada de mais de 270 metros abaixo da terra.

Aliás, o assunto do Bolonha Birita 5 foi justamente a 1795, esta interessante lager checa:

A 1795 é uma das biritas importadas que eu, o Facínora, conheci primeiro e mais recomendo para quem quer uma lager de qualidade e não está acostumado com alguma cerveja de alta fermentação, que costumam ser mais encorpadas.

Podemos apresentar a 1795 brevemente como uma refrescante lager com teor alcoólico de 4.7%, de coloração dourada e apresentando aromas doces, de pão ou biscoito combinados com o lúpulo, mas fizemos também uma análise mais minuciosa sobre a breja:

  1. Cor: Dourada, clara e limpa. Tem colarinho pequeno com baixa retenção, sumindo rapidamente.
  2. Aroma: Combina um pálido aroma de malte meio adocicado ou floral como baunilha ou biscoito e lúpulo herbal, o tal Saaz. Diria que o malte também tem aroma que lembra alguns tipos de pães.
  3. O sabor da 1795 de acordo com o seu aroma. Um malte adocicado com lúpulo herbal. Tem um amargor moderado mas persistente de lúpulo que combina com o corpo leve de uma lager e breves sinais de minerais metálicos.
  4. Na boca, ela deixa o seu amargor e o sabor de biscoito (ou pão) por um bom tempo. A carbonação é moderada ou leve, dependendo do que você está acostumado e é uma cerveja leve e refrescante, mas caso você esteja acostumado com apenas as carniças populares brasileiras de sempre (Brahma, Itaipava, Budweiser), pode ser que a considere pesada.
  5. Conclusão: Muito apreciável. Uma excelente lager, mas pode ser fraca para quem gosta de cervejas de alta fermentação, embora mesmo assim não possa ser considerada ruim. É uma cerveja muito popular e produzida em massa na República Checa. Imagina se fosse barata aqui também?

Harmonização

Não entendo muito de harmonização, mas fiz uma breve pesquisa e, segundo consta, a 1795 é ideal para acompanhar pratos condimentados advindos de culinárias tipo tailandesa, indiana ou chinesa. Também pode ser apreciada com peixes e saladas. Vou experimentar com comida mexicana e encher com a nossa pimenta Beijo Grego, mas, na real, dá pra beber em qualquer ocasião, até com churrasco ou pipoca, sei lá.

Atenção: Esta resenha está sujeita a ficar desatualizada com o tempo, pois nada impede que a qualidade do estabelecimento, produto ou serviço se altere eventualmente. Fique atento à data da publicação e sinta-se livre para complementar ou corrigir o texto nos comentários. O Bolonha agradece desde já!

Resenha da Tripel Karmeliet [Bolonha Birita 4]

A cerveja Tripel Karmeliet é uma tripel (como você poderia imaginar) belga produzida pela cervejaria Brouwerij Bosteels, formulada com 3 grãos – cevada, trigo e aveia – e lúpulo Styrian (da Estíria). Contém 8,4% de graduação alcoólica.

Esta excelente e interessantíssima cerveja foi o assunto do nosso Bolonha Birita 4, que não ficou com a melhor das imagens (foi gravado aos trancos e barrancos), mas ficou até bem informativo:

A Karmeliet foi feita pela primeira vez em 1996. Entretanto, a premiada cerveja usa uma receita autêntica de 1679, obtida de um antigo convento Carmelita em Dendermonde, um município belga. Isso explica o interessante rótulo medieval que a garrafa apresenta.

O nome Tripel Karmeliet, então, se refere tanto a origem quanto à sua fermentação na garrafa. Depois de muitas tentativas para fermentar uma cerveja com vários grãos diferentes, nos anos 90, a Brouwerij Bosteels percebeu que a histórica combinação dos três tipos, a cevada, o trigo e a aveia, continua a mais adequada.

Curiosidade

Segundo consta, a Beata Ana de São Bartolomeu, enfermeira e secretária de Santa Teresa de Ávila, fundou o Carmelo na Bélgica no ano de 1612. Santa Tereza de Ávila é, por sua vez, Doutora da Igreja e co-fundadora da Ordem dos Carmelitas Descalços (juntamente com São João da Cruz).

Visto que, segundo o site oficial da cervejaria, a receita é de 1679, seriam as freirinhas do rótulo da Tripel Karmeliet carmelitas descalças de algum convento fundado por alguém que não apenas conviveu com uma importante santa da Igreja Católica mas pode vir a tornar uma?

Não encontramos mais nenhuma informação sobre qual convento a receita desta cerveja teria se originado. Se encontrarmos algo, atualizaremos aqui.

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Beata Ana de São Bartolomeu. Será que um dos maravilhosos frutos do seu apostolado na Bélgica, no séc XVII, foi a receita desta deliciosa cerveja?

A Tripel Karmeliet se apresenta com as seguintes características:

  1. Cor: Coloração meio dourada ou meio meio bronze, com colarinho cremoso. Isso é devido parcialmente por causa dos cereais mas também pelo uso limitado do lúpulo Styrian, de abundância em ervas e da cevada usada.
  2. Cheiro: Aroma frutado e cítrico que lembra casca de laranja ou tangerina e bastante gengibre. Lembra um pouco bala de caramelo também.
  3. Sabor: Um forte sabor adocicado do malte do trigo, lembrando pão doce. É também condimentado e frutado, lembrando algo como limão, banana, laranja e manga. O trigo garante que a cerveja seja leve e refrescante, mas a aveia promove cremosidade.
  4. Medianamente encorpada, ou de média densidade, com uma boa carbonação e um pouco do calor do álcool. É suavemente cremosa também.
  5. Conclusão: É uma cerveja bem forte com um sabor único. Apesar do preço exorbitante dela aqui no Brasil, devido ao câmbio mas principalmente por causa do roubo estatal, é uma birita que vale a pena experimentar nem que seja uma vez na vida..

Prêmios

Até o momento, a Tripel Karmeliet recebeu os seguintes prêmios:

  • World Beer Awards 2008 – “World Best Ale”, “World Best Pale Ale”, “World Best Abbey Ale (Pale)”
  • World Beer Cup 2002 – Prata na categoria melhor Tripel Belga
  • World Beer Cup 1998 – Ouro na categoria melhor Tripel Belga

Atenção: Esta resenha está sujeita a ficar desatualizada com o tempo, pois nada impede que a qualidade do estabelecimento, produto ou serviço se altere eventualmente. Fique atento à data da publicação e sinta-se livre para complementar ou corrigir o texto nos comentários. O Bolonha agradece desde já!

Resenha da Badger First Call [Bolonha Birita 1]

A First Call é uma cerveja inglesa do tipo English Bitter produzida pela Badger Brewery, Hall and Woodhouse que contém 4% de graduação alcoólica.

Esta cerveja foi a primeira resenha que nós fizemos na nossa série Bolonha Birita:

Ao degustar a First Call, podemos constatar as seguintes características:

  • Começa aguada mas encorpa na medida em que vai bebendo;
  • Aparência: Cor escura, tipo um âmbar escuro ou marrom rubi;
  • Aroma: Ela tem o aroma de lúpulo cítrico e malte torrado, que inclusive dá a cor;
  • Sabor: Promete sabor de malte, laranja e lúpulo condimentado. Este último é, com certeza, evidente.

Vale a pena experimentar, mas talvez o preço, mesmo pra uma cerveja premium e importada em garrafa de 500ml, não faça valer muito a pena pra sair comprando-a direto.

Atenção: Esta resenha está sujeita a ficar desatualizada com o tempo, pois nada impede que a qualidade do estabelecimento, produto ou serviço se altere eventualmente. Fique atento à data da publicação e sinta-se livre para complementar ou corrigir o texto nos comentários. O Bolonha agradece desde já!